Há uns anos os meus decidiram que gostariam de ter um monte no Alentejo. Que algures a vida do campo, desde que suficientemente perto da praia seria algo que eles iriam adorar. Até certo ponto acertaram, mas acima de tudo o que eles não contaram foi com o trabalho que dá tratar um terreno por muito pequeno que seja.
Eu adoro ir para lá. É o meu refúgio do "não fazer nada" e ser mimada pelos pais até mais não. Quando os dias de descanso terminam, tenho sempre as energias recompostas e a mente numa paz que não é possível em Lisboa. As gatas nem se fala. A liberdade de poder andar pelo quintal não tem preço e a factura paga-se à noite e no regresso a Lisboa, onde dormem um sono tão pesado que parece que para elas o mundo já não existe.
Esta fotografia foi tirada na Primavera de 2003, quando andava a experimentar a nova (agora velhinha) Canon G5. Essa máquina, que já entrou para a reforma, foi a prenda que me ofereci com o primeiro ordenado.
A simplicidade de uma flor que anuncia a chegada da primavera, à porta de uma escola primária abandonada, como tantas outras pelo interior do nosso país.